A saúde mental dos adolescentes

A saúde mental dos adolescentes é uma preocupação crescente em todo o mundo. Nessa fase da vida, muitos jovens enfrentam desafios emocionais e psicológicos, como pressão acadêmica, mudanças físicas e hormonais, questões de identidade, problemas familiares, entre outros. É importante destacar que os adolescentes também possuem o poder de ajudar uns aos outros no cuidado da saúde mental. Entre os adolescentes há uma abertura para expor suas dificuldades e tensões. Aqui estão algumas maneiras pelas quais os adolescentes podem ajudar os que mais precisam:

1. Fomentar a empatia: Os adolescentes podem se esforçar para desenvolver a empatia, tentando se colocar no lugar dos seus colegas e compreendendo os desafios que eles enfrentam. Isso pode criar um ambiente de apoio e compreensão entre os jovens.

2. Incentivar a comunicação aberta: É fundamental encorajar a comunicação aberta sobre problemas de saúde mental. Os adolescentes podem promover um ambiente seguro onde seus colegas sintam-se à vontade para compartilhar suas preocupações e emoções.

3. Ser um bom ouvinte: Ouvir ativamente e sem julgamento é uma habilidade valiosa que os adolescentes podem desenvolver. Ao ouvir seus amigos, eles podem oferecer apoio emocional e ajudar a aliviar o estresse e a ansiedade.

4. Conhecer os recursos disponíveis: Os adolescentes podem se informar sobre os recursos disponíveis na escola ou na comunidade, como conselheiros, psicólogos ou linhas de apoio emocional. Eles podem compartilhar essas informações com seus colegas que possam precisar de ajuda.

5. Promover um ambiente saudável: Os adolescentes podem promover a saúde mental em seu ambiente, incentivando práticas saudáveis como exercícios físicos, alimentação balanceada, sono adequado e pausas para relaxamento.

6. Combater o estigma: Os adolescentes podem desempenhar um papel importante na redução do estigma em relação às questões de saúde mental. Eles podem educar-se e educar seus colegas sobre a importância de tratar a saúde mental com seriedade e respeito.

É fundamental que os adolescentes também tenham suporte e orientação adequados dos adultos, como pais, professores e profissionais de saúde mental. Juntos, adolescentes e adultos podem trabalhar em parceria para promover a saúde mental e o bem-estar de todos. As escolas, além de se preocuparem em ministrar um ensino de excelência, devem ter programas socioemocionais que ajudem seus alunos a trilharem caminhos que proporcionem mentes saudáveis.

A saúde mental dos adolescentes continua piorando, com mais de 40% dos estudantes do Ensino Médio com sinais profundos de depressão.

De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2016 e 2021, a taxa de suicídio aumentou 45% entre os adolescentes de 10 a 14 anos. Desde 2002, o Brasil registrou mais de 20 ataques de jovens a escolas. A Anvisa divulgou que, de 2009 a 2011, o consumo de Ritalina aumentou 75% na faixa de 6 a 16 anos. Um estudo feito pela Northwestern University concluiu que o número de jovens diagnosticados com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) aumentou 66% em dez anos nos EUA.

Estudos nos Estados Unidos produzidos pelo The Hechinger Report, uma organização independente sem fins lucrativos focada na desigualdade e inovação na educação, revelou que que os adolescentes estão carecendo de ajuda e mostram que os jovens podem ter o poder de ajudar uns aos outros, escolas que desenvolvem este programa já estão obtendo resultados satisfatórios significativos.

O maior desafio hoje são plataformas digitais, amizades conturbadoras e tantas outras situações que levam nossos Adolescentes e Jovens a trilharem caminhos que os levam à depressão, a se tornarem agressivos e ao estresse emocional.

Em vez de visar apenas o jovem violento ou o jovem com problemas emocionais, é preciso refletir sobre o que faz ele estar assim. Quais são as outras formas possíveis de dar lugar ao adolescente, para que o recurso às suas necessidades não seja a única forma de se inscrever na História? Temos que criar espaços de acolhimento na escola, para que a possibilidade de elaboração da fala desses jovens seja preservada e, com isso, a automutilação não acabe como única forma encontrada de dar sentido a um estado emocional fragmentado.

Cabe a nós fazermos com que eles possam escrever as páginas de sua história com altruísmo, determinação e que possam superar os enormes desafios dos dias atuais e se tornarem adultos saudáveis.

Mario J. Castelani

Diretor Geral do Colégio Batista da Penha – SP